segunda-feira, novembro 30, 2009

Intradoxos

ao Mito, pelo c_erco


A_barco
B_arco
C_rco
...de circo, meu bem.

E_quações estéticas?
Com feitoria, novo confete da confraria
p_ética.
A_berta p_orta
& o_utras a_rtérias.
M_otricidades...


Filinto Elísio

Me_xendo no baú. Vasculhando-"ú"

sábado, novembro 21, 2009

Où est ma chatte?

Um pequeno derrame na perna direita à conta das varizes hereditárias e crónicas. Um poema que não chega ao fim. Tenho o Word 2007 aberto e a síndrome persiste. Poeta soooooooofre. Fechar o soneto tem disso. Derrapa-se no último terceto e eh pá perdeu-se o nexo disto. O que ficou dito pode ser prosa. Ou prosódia apenas. Para muito distraído, pode até ser verso. Mas poesia? Estavam nele o lago e a montanha; estávamos  nós a perscrutar o barulho das águas, mas do cisne nem sinal. Terá ele partido para as bandas de Montreaux? Será que o bicho faz o Interlaken?  Já bem longe do soneto, o meu avô gostava das canções tirolesas e escutava-as, pela rádio suiça, morrendo devagar na sua cadeira de baloiço. E os meus pais partiram um dia para a beira dos Alpes, mas não viram (contaram-me depois)  "Alice no País das Maravilhas". Na minha boca, Lewis Carrol balbuciaria: "Où est ma chatte?". Um poema que não chega ao fim e o mundo que não acaba aqui. Dizem que há por aí um calendário maia que termina o mundo em 2012. É o que conta “Catástrofe 2012”, filme de Roland Emmerich. Só que, desta janela, estou preocupado com a epidemia da dengue. Isto é "Cabo Verde 2009". Desenvolvimento médio, parceiro da Europa, etc & tal. Com a presença massiva do aedes aegypti, mosquito vector da dengue, com urbanização acelerada a  custo grave da infra-estrutura e do saneamento ambiental, com a elevação da temperatura inclusive em Novembro, com a livre circulação de pessoas e bens como se não estivéssemos também na rota mundial da dengue. E a globalização, mal cuidada e não pensada enquanto abordagem do caos, que perturba toda a biota nativa de, praticamente, todos os tipos de ecossistemas da Terra, inclusive a destas pequenas ilhas no Atlântico. Prosa ou verso, o certo é que isto está mau. Julio Cesar, Jean Calvin e Jorge Luís Borges, homens diferentes em tempos diversos, curvaram-se diante do lago. Estou delirante. Não apenas por causa de um pequeno derrame na perna direita. É que estou diante de um poema que não chega ao fim...

sexta-feira, novembro 20, 2009

EX CREMENTOS

(Qual Caverna, de Platão, isto é uma cloaca.
Os lobisomens que me perdoem
De a riqueza ser gloriosa)



DO PAÍS REAL
Restos
Dejectos
Detritos
De nada
Projectos
Foda-se
DO IRREAL
Pedaços
De aço
Discursos
Palmas
&
Serpentinas
Os aprovados
Por unanimidade
DO NÃO REAL
Subúrbios
Bairros
De base
Crack
Thugs
Distúrbios
Espirros
Esporos
Gruas
+ agruras
DO HIPER REAL
X de gasóleo
Y de arroz
Z de renda
Xpto
Investimentos
Bancos offshore
Lavagens
Com detergentes
Dirigentes
Ou
Narco-advogados  :)
Dengue
Bang-bang


(arre que isto não me soa a poema, nem me troveja aqui qualquer lírio;
talvez o novo-riquismo fazendo jus a Deng Xiaoping)



NOTA DE DETONAÇÃO (De a riqueza ser gloriosa, porra): Aos fonemas aqui dispersos, dinamite à discrição e fogo o quanto baste.


Filinto Elísio


(Expoemas & textamentos)

quarta-feira, novembro 18, 2009

Versos mínimos

Bashô em mim,
como cai em ti,
o haiku de folhas
outonais.

Versos mínimos.
De quase nada.
Metade Melo Neto.
Ou apenas ponto.

O poema é zero.
Sem fonema...


Filinto Elísio


(Expoemas & Textamentos)

Tácteis outrora

tão de ti
esses dedos no zipper
e a curiosa geografia
de tua boca

e nos teus olhos
a janela
são vidros moídos
que gemem

corroídos também
além das braguilhas
são os adros
e a procissão de nós

(não digas a ninguém
que os Alpes
são deuses nevados)

soletrados ainda
de verbos arfantes
serás tu
por entre pernas

tuas mãos tantas
sequer as vejo

tácteis outrora...


Filinto Elísio

(Expoemas & Textamentos)

segunda-feira, novembro 16, 2009

Monocórdicas horas

No meu relógio, o tempo pára,
Mas os ponteiros, à tua procura,
Fazem redondas viagens
Para os desencontros, mulher.


Desta varanda, também os montes,
Que no Inverso são nevados,
Como magentas noutras estações,
E tu não estarás, mulher, nas hordas…


Eis o lago, viste como se espelha,
Assim entre o cisne que desliza
E o teu olhar de águas reflectido?


Estando eu nas margens, mulher,
Na sensação de que não retive
O tempo parado em teu sorriso.


Filinto Elísio

quinta-feira, novembro 12, 2009

quarta-feira, novembro 11, 2009

sábado, novembro 07, 2009

terça-feira, novembro 03, 2009

NEUSA