sexta-feira, abril 09, 2010

Bandera

Tarde inolvidável. Sol que se esvai tão lentamente quão neste vagarzinho, creio estar do teu distante olhar. Poente assaz longínquo. És de outra montanha, que eu sei. Ponte interminável. Para lá da Brava ilha. Para lá do mundo todo. Fonte do sem fim. Tarde toda do sereno. Alarde, de sol que já nem arde, minha fruta serenada. Quem te ousaria tambor desta Bandeira? Povo que passas pelas ruas. Povo que bates uma no sagrado, outra no profano. Povo em procissão da tarde. Quanta proseia, ó verso de Pedro Cardoso. Ó cidade imprescindível! Retine o sino na capela, seu travo de tamarindo. Repica no tambor a clave e o som de quem se ama. Fogo lento e silencioso. Esse crepitar não dói. Magma, melodioso sintagma. Lamento que não morre. Toada que tarda, oblongo sol que me namoras. Toada que me ficas inolvidável…na alma.