quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Do teu pesar feito cruz

Em jeito assim de um pequeno memorando
(posto aditado à crónica precedente)

a)
Vou logo, como que esfomeado, aos meus discos. À secção dos brasileiros, mais precisamente à discografia de Chico Buarque. E imagino-te a sussurar aos meus ouvidos, ó deusa saciada, Tatuagem

(...)
Quero pesar feito cruz
Nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem...
(...)
 
b)
Às vezes, penso cantares, sereia que também seduziste a Ulisses, para que eu me acorrente ao mastro e, desvairado, tape os ouvidos com cera. Outras vezes, creio tuas artimanhas de musa serem tudo que o Poeta precisa para que, de tanta antinomia, seja sua vida melodia;
 
c)
E, por certo me predizes agnóstico,  rendido embora ao paradoxo de Afrodite e quem sou eu para distrinçar a nuvem do Juno ou mesmo, por empirismo que seja, o trigo do joio (?). Palavra que eu quis, como pão à boca, levar-te pelas mãos na linda praia que se recorta a desoras até ao Farol da Barra. Mas, esquecidos entre a peça hilariante e a moqueca de siri, o que se reporta foram olhares trocados de promessa e de vagalume.
 
NOTA:
O amor está bem à mão de semear. E o corpo é terra boa e ainda por riba molhada de tanta chuva. Pelo que Vossa Senhoria descei do pedestal e vinde, com a humildade da entrega, para o estendal do querer. Sendo o resto, refrega...sinecura! Ou venha à noite, o ringtone dessa música...