sexta-feira, março 12, 2010

Esmerado no aparo das utopias (οὐ+τόπος, sem lugar)


Não fosse o mundo paradoxo às voltas, seria ele, então, esse parado intradoxo? Estaremos, pois, em tal desencontro como que a um deus nos acuda. Mas será apenas nesse infeliz pormenor, nessa estada utópica, diria, o nosso raro encontro que a entropia, seus topos, trapos e tropos determinam? Entre nós não há escopos possíveis, tão pouco a axiomática dialéctica das amizades, posto nem mesmo que, de raro em raro confrontados, haveria aqui neste hiato senão uma adição de soma zero. Em Tessalónica (e para o gáudio dos gregos e  troianos), por tão incoerente conduta quão docta ignorantia, levaria o arguido seu pescoço à corda e, depois, ficaria de pernil esticado ao relento e à mão dos abutres. De pater demente e de mater leviano, o netinho do vovô veio à missa cantar sua novena. No indecente andor, parecendo aquela do rei vai nu, se nos confronta o tal rosto da democracia, sua missa requentada, açucena, coisa e tal. Há coisas que dão de dez às pragas deste tempo - dengue e caçu bodi -, sendo assaz cortejo das “virgens loucas” o que se vê. Agora, tu nesse meu filme? Olha que não. Não me foste tido nem achado no enredo. Deixa esse barrete para o consorte da cabeça que lhe caiba. As toupeiras do meu texto são outras. Enrabichavam-se esses (os que realmente me interessam cinzelar) pela prenhez de tantos ouvidos e armavam-se aqui em grandes como se os moinhos fossem castelos. Proponho um duelo mais profundo que aquele calculado fora da arena do Café Sofia. Confronto, a ser, sê-lo-ia entre estilos e posturas da redoma. Que o redemoinho desse cutelo nos rameire em mangal, mas assim tão parida de goiaba, olha que não. Vendaval de estrondo e espalhafato, coisa de gaiato, ou tão simplesmente artefacto de coisa alguma? O engodo injusto, dizia, é tomar inhame por bife e isto na parvónia é quase erro de Descartes. Tu nesse meu filme? Olha que não, repito. Talvez tudo não passe de pareidolia de um embeiçado papá nesse ouvir o diz-que-diz. Deixo passar o frio da mão. Destemperar o pulso. E voltar a emparelhar as minhas palavras em versos. No aparo das utopias. Novos sonetos. Outros...