segunda-feira, dezembro 07, 2009

CRONICA #1 OU DICAS PARA SE ARMAR A ÁRVORE DE NATAL

A Sylvie, avec une glaçage royal (sucre + blanc d’œuf)


Quando (re) apareço




Não tenho tido tempo para aparecer. Estou retirado. Eremita, eu. Meio jesuíta. Finjo-me nesta sala conventual a pagar penitências antigas. Nem jejuns, nem abstinências, entretanto. Radical que sou, fossem pelas castidades, faria Ramadão. Mas não. Apenas recatado. Apartado. No meu canto. No desencanto desta babel danada. Ou procurando encanto no fonema. Aliás, no poema. A minha praia. Metafórica praia. Procurando Godot. Por isso, minha gente, não há tempo para aparecer. Tão pouco para desaparecer…







Outros mambos



Ao risco que me catalogues de alienado, mas queria semáforos nesta avenida. Ode triunfal? Chama-lhe nomes. Cidade moderna, a meu ver, não dispensa Starbucks, Dunkin Donuts e KFC. Given up eating at McDonald’s? Nada disso. Há alternativas no McDonald’s. Boas sopas e pratos vegetarianos. Estou-te mesmo a ver: Il confond allègrement capitalisme et libéralisme, qui ne sont pas exactement la même chose. Cidade moderna, continuo a falar, tem a ver com ruas pedonais e ciclópicas bicicletas que não acabam. E parques, parques, parques… planos urbanos, outros mambos.







Tropicália



Chegará um tempo de misturar tudo nestes trópicos. Trazer outros tópicos para o liquidificador da nossa cultura. Extremar a frivolidade crioula. Miscigenada terra, canta, irmão. Canta, mon petit prince du cash- flow, que a liberdade tropeçaria no tino da incerteza. Premonitório. Eu me revejo em Paulino Vieira. Quando toca no Auditório Nacional Jorge Barbosa. Mas revejo-me em Mário Fonseca. Quando a vida nascer…







Mon pays est une musique



Chegará um tempo de homenagear Mário Fonseca. O Poeta. O cidadão com capacidade de indignação. Homenageá-lo com a Associação Pró Praia. Com a Biblioteca Nacional e a Fundação Amílcar Cabral. Com a Câmara Municipal da Praia. Homenageemos Mário Fonseca, caramba. Son turbulant petit oiseau…







On a roll



Não tenho jeito para ass-kissers [lambe botas, para ser menos ordinário e mais lusófono], mas a ideia do i.gallery é boa, moderna e merece o meu aplauso. Sorte, muita sorte e cuida-te, Abraão Vicente, que a sorte inveja, como diria Fernando Pessoa. De resto: apologies to the cynics, but we’re on a roll...







Quo vadis?



Quo vadis? Tacteio, palmilho, perscruto. Vinde a mim a troika toda: Sherlock Holmes, Hércules Poirot e Leon Mandrake! Pergunto aos vizinhos. Dou queixa à polícia. Ponho edital em Xanadú. Convoco os jornalistas para uma conferência de imprensa. É que o louco de mim fugiu do hospício…







Bonus track



A Fundação Amílcar Cabral: espaço agradável de agito e cogito. E boa comida, a caprichar para o vegetariano, com um chá gelado de gritos. É só conferir…



(mas a verdadeira razão pela qual não gosto desta quadra é a azáfama das lojas - e deus me livre chegar o dia 25 sem a Árvore de Natal!)