1.
Sob os teus pés, deslizantes falhas tectónicas e flores (estas em papel de lustro) são - verdes, violetas, púrpuras e azuis – também todas as outras cores e ortofonias poéticas no calígrafo descaso dos murros. São mais do aqueles versos de Neruda. Falham-te, movediços, o morfológico dorso dos autocarros pela intensidade e seus ruídos de música com que as novas tribos - avatares urbanos - conquistam o espaço das estações…Tudo sideral, mesmo nas falhas, tudo a fenecer na lógica do medo e do pânico, flor marginal que acontece na berma, terreno baldio, estio urbaníssimo, tudo cidade…
2.
Estive com o meu filho na Praça do Papa. A apreender muito. Tanto. Antes, estivera numa palestra e não me detivera na maneira pouco caprichosa da transmissão das informações e dos conceitos. Preferi sair. Ao ar da rua. À aprendizagem das esquinas. Buscar o conhecimento (a sabedoria) com o propósito de mais enriquecimento psicológico. Lembro-me de um livro primordial de Lani Guinier: “A Tirania da Maioria”. Esta assumia ter apreendido o essencial da democracia com os filhos a brincarem. A fixidez da árvore e a errância do rio fazem a ordem do cosmos, como te disse. Pensá-lo doutra forma seria o caos, a antítese do cosmos. Prefiro apreender a aprender, perdoem-me os doutos e sabichões…